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Ferroviários taxam de irresponsável obra dos taludes no complexo da EFMM
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O Consórcio Santo Antônio Energia (CSA-E) empresa responsável pela construção dos muros de proteção de todo o Complexo Ferroviário ainda não disse o que aconteceu no caso do episódio do desbarrancamento dos taludes (muro de contenção) que deveriam proteger a margem esquerda do Rio Madeira onde foi construído o Complexo Ferroviário.
O Consórcio CSA-E – faz parte da Holdilng Odebrecht Internacional, e, é responsável direta pelas obras dos muros de proteção de todo o Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM). Porém até agora não divulgou o laudo exigido pela Prefeitura, essa gestora da ferrovia por até 50 anos.
Os taludes, muros construídos à base de pedras retiradas por explosão da antiga Cachoeira do Teotônio, na opinião do consultor Lemes Soares, 47, ‘teriam sido lançadas sobre o terreno e não compactadas, devidamente, como determina normas de engenharia seguidas por outras companhias de todo o mundo’. Segundo ele, ‘sem o laudo do sinistro, se usado o bom senso, nenhuma outra etapa do Projeto de Revitalização deveria ter sido autorizada no local’.
De acordo com o Vice-Presidente da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (ASFEMAM), George Telles de Menezes, 59 anos, ‘a Santo Antônio Energia deve ter mais responsabilidade com o empreendimento, nosso primeiro cartão postal da cidade de Porto Velho’. Porém, está sendo levada por uma erosão fluvial em decorrência da construção da usina de Santo Antônio no rio Madeira.
Ele não admite, no entanto, que, ‘a Prefeitura feche os olhos para essa situação’. Para tanto, George Telles (Carioca), recomendou à Justiça Federal, através da 5ª Vara, que chancelou as audiências as quais decidiu pela liberação das obras, se manifeste e tome as providências cabíveis em desfavor do Consórcio CSA-E’.
Por sua conta e risco, ‘Carioca’ taxou a empresa de ‘irresponsável’ por postergar e não divulgar o suposto laudo sobre o episódio. ‘Se nada for feito de concreto, com uma tecnologia apropriada, novas erosões podem acontecer e ameaçar as demais instalações (Deck, plataformas e galpões) do Complexo forçando até áreas já interditadas pela Defesa Civil.
CADÊ O DINHEIRO? – Emenda do ex-senador Ivo Cassol e do governo do Estado garantiriam a suposta compra de rochas e outros materiais pela empresa. Porém, sabe-se, que foram usadas ‘sobras’ do estoque de pedras da Cachoeira do Teotônio durante a construção dos arcabouços subterrâneos das turbinas.
– O dinheiro foi destinado para aquisição de material novo e mais resistente, não para possíveis cascalhos de rochas submersas, o qual aparentemente está sendo reutilizados, desabafaram ferroviários ouvidos nessa quarta-feira, 7.
O Vice-Presidente da ASFEMAM, além da inserção da Justiça Federal na situação do desbarrancamento dos taludes, fez um apelo para que o Ministério Público (Estadual e Federal) entrem no caso e apurem, através de uma perícia competente por setores dessas instituições, além de abrirem sindicância para apurar e punir os responsáveis pela obra a fim de impedir a continuidade de trabalhos paliativos no local.
À luz da realidade sobre o processo de construção dos taludes, por força de decisão da Justiça Federal – a Prefeitura não injetou um centavo, até agora –, segundo consultores anônimos ligados ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), ‘sem compactação do terreno, pedras foram lançadas sobre as encostas, como o jogador faz o cruzamento na área’, ironizaram.
– Com isso, a estrutura do terreno não suportou, e, o pior aconteceu a menos de um metro dos galpões principais do Complexo Ferroviário, assinalaram as mesmas fontes.